Na primeira metade da década 60, o sucesso por Beatles, Rolling Stones e uma série de bandas do Reino Unido no mercado americano deu origem ao termo ''British Invasion'', que até hoje dá nome a uma infinidade de coletâneas e afins. Nos últimos 20 anos, porém, a invasão deu lugar a ataques rarefeitos e cada novo grupo ou artista britânico invariavelmente teve de se preocupar com a pressão de fazer sucesso do outro lado do Atlântico. Esse cenário torna ainda mais impressionante a história do One Direction.
A boy band formada por necessidade num programa de calouros em 2010 não só já vendeu 15 milhões de discos ao redor do mundo como no mês passado impressionou ainda mais com o single número 1 nas paradas de sucesso dos EUA, cortesia da balada ''Live While You're Young''. Para aumentar o fator ''wow'', o topo da lista foi alcançado com a venda de 341 mil cópias em apenas uma semana, nada menos que a mais rápida vendagem de um artista britânico. Sim, os cinco meninos de Londres superaram uma marca pertencente a um certo grupo de Liverpool...
E pensar que o One Direction sequer foi o vencedor da edição de 2010 do ''X Factor'', o programa de calouros da TV britânica que se transformou numa linha de montagem de artistas pop. Niall Horan, Liam Payne, Harry Styles, Zayn Malik e Louis Tomlinson, na verdade, foram eliminados pelo voto popular nas semifinais, mas caíram nas graças de Simon Cowell, o empresário que criou o programa e até aquele ano também sentava-se ao júri.
Sempre com bom faro para o pop comercial, Cowell deu aos meninos um contrato e o empurrão para o estrelato, que começou no momento em que, depois de os cinco terem sido reprovados na audições individuais que fizeram, o empresário os convenceu a tentar novamente nas seletivas para grupos.
Hoje o One Direction tem valor de marca estimado em pelo menos 100 milhões de dólares. Ao contrário de diversos colegas de profissão, sobretudo os que têm as mesmas origens no pop classificado como ''fabricado'' o grupo recebeu alguns afagos da crítica especializada.
Mas que ninguém se iluda: o senso profissional dos cinco parece ser tão assustador quando o dos Beatles na época dos terninhos e penteados comportados. Especialmente no que diz respeito a não parecerem coelhos em frente a faróis altos quando precisam lidar com a mídia.
O One Direction está vendo sucesso num mercado em que artistas mais consagrados no Reino Unido, como Oasis e Robbie Williams, jamais conseguiram se firmar. Muito se deve também ao fato de terem surgido num momento em que os EUA reacenderam seu interesse pelo pop bem-comportado com a ascensão de Justin Bieber. Tanto que os britânicos já contam até com uma alternativa mais bad boy: o The Wanted, que embora tenha sido formado antes do One Direction, viu o sucesso do grupo mais novo abrir-lhe espaço. Em vez das caras de bom-moço, porém, este quinteto tem um visual um pouco mais bandido para os padrões de boy bands.
Bem do jeito que os Beatles e os Stones foram ''vendidos para o público'' de 50 anos atrás...
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